A cena de um crime é
montada. Sem saber o motivo, o detetive Sávio Saldanha é colocado no meio de
uma chacina e ao mesmo tempo em que precisa desvendar o motivo dos
assassinatos, precisa correr contra o tempo para não se tornar a próxima
vítima. E este é apenas o início de um romance policial cheio de ação.
Sávio Saldanha se tornou um detetive após sair da Polícia Militar, onde rivalizou com o perigoso sargento Carlos Fontes. Sarcástico, estressado e politicamente incorreto, Saldanha tem uma boa fama por conseguir resolver os problemas comuns em seu serviço e atender aos pedidos de seus clientes. Após uma possível armação para incriminá-lo, ele tentará com a ajuda de seu amigo – o policial Daniel Gomes – a solucionar uma pequena onda de assassinatos na região de São Gonçalo e Niterói.
"Saldanha
até cogitou a possibilidade de conseguir resolver esse mistério em uma única
oportunidade, mas mal sabia ele que estava completamente enganado...
O
palco de seu primeiro engano? Niterói.
O
ano? 2002."
Pondo em prática seu
trabalho de investigador, Saldanha precisa descobrir quem está cometendo os
assassinatos e que tipo de ligação envolve as vítimas. Quando enfim descobre o
que liga os assassinatos, ele percebe que o problema é maior do que imaginava,
pois um fantasma de seu passado parece ser o estopim de toda essa matança.
Os cenários foram muito
bem construídos e é impossível não gostar do protagonista, um homem nada
simpático e bastante sarcástico, mas que cativa o leitor com seu jeito rude e
sua inseparável Jaqueline, uma espingarda Calibre 12. Ele conquistou muitas
inimizades entre os policiais, sendo o Sargento Fontes seu maior rival, mas tem
em Daniel Gomes um amigo fiel, permitindo ao leitor ver a realidade em que
vivem os mocinhos e os “vilões” dentro da corporação.
Sem a aprovação de
Saldanha, uma ex-policial da 72ªDP é designada para lhe ajudar nas
investigações e essa dupla improvável acaba aumentando ainda mais a ação para desvendar
essa onda de assassinatos.
"Eis
que Saldanha ergue Jaqueline, mais alto, e vai para o meio da rua, apontando
firmemente para o Ford Corcel que vinha em sua direção [...]. O motorista freia
o máximo que pode, pois seu medo maior é que o louco de calibre 12 atire
acidentalmente. [...]
-
Bom garoto... – Disse Saldanha – Estou requisitando seu carro agora!
-
Cadê seu distintivo meu chapa? – Perguntou o motorista gordo.
-
Meu distintivo e minha jurisdição são a distância entre a minha munição – Ele
engatilha a arma – e o seu cérebro no banco traseiro, entre o dedo e o gatilho.
SAI!"
O atirador de duas
faces mostra-se um assassino implacável e não mede esforços para atingir seu
alvo. Mas quem é ele afinal? O que o move?
Sabe quando você parece
estar lendo o roteiro de um filme de ação policial? Foi assim que eu me senti.
Ação do início ao fim e um mistério impossível de ser decifrado antes das
últimas páginas. É o primeiro livro nacional que leio nesse gênero e a nota com
certeza é dez! São poucas páginas, mas não faltou espaço para a adrenalina
correr solta. Com uma ótima linha de acontecimentos e sem tempo para distrações,
Luiz Guilherme Dias encerra seu primeiro livro com um final digno de um romance
policial.
Título: O atirador de duas faces.
Autor: Luiz Guilherme Dias.
Páginas: 82.
Editora: Desfecho Romances.
Onde comprar: Editora Multifoco / Livraria da Travessa
O autor
Luiz Guilherme Dias do Nascimento é de Itaboraí, cidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, tem 22 anos, é estudante de Ciências Econômicas da Universidade Federal Fluminense e atualmente trabalha como Office Boy na cidade de Niterói. A paixão tardia pela leitura e pela escrita fez com que suas referências fossem os filmes do final dos anos noventa e início dos anos 2000.
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