A resenha dessa semana é esse livro maravilhoso que retrata com um quê de inocência os horrores da Guerra. Adaptado para o cinema em 2008, é uma ótima opção para quem, apesar de toda a tristeza que a história traz, aprecia lições de amizade onde a barreira das diferenças sociais e humanas não tem limite algum.
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Lucas vive sua infância como
qualquer garoto comum, vai à escola, brinca com os garotos da rua, seus três
melhores amigos e não entende nada do que se passa no mundo dos adultos.
Situação muito bem vinda quando se vive em meio a Segunda Guerra Mundial.
O Menino do Pijama Listrado vem
com uma visão totalmente infantil, em nenhum momento é tocado no assunto
Guerra, nem nazismo, nem Hitler nem nada, só o que sabemos ao ler é o que
acontece pelos olhos de Lucas.
É seguindo essa visão que vemos
Lucas deixar para trás seus amigos e sua casa para ir morar em um casarão que
fica junto ao novo emprego de seu pai, e que, aliás, é um péssimo lugar para
crianças, sozinho em uma mansão feia e velha, e principalmente, sem outras
crianças para brincar, a não ser sua irmã Gretel, que em seu ponto de vista, é
um caso perdido.
Lucas sabe que seu pai, sempre
dentro de um uniforme lindo e bem passado, trabalha para o Fúria, ele não sabe bem o
que o pai faz, mas julga ser algo importante e tem orgulho disso. Enquanto
espera que o tempo necessário passe nessa casa longe de tudo e de todos, sempre
com esperança de voltar para sua verdadeira casa, ele começa a fazer algo para
se entreter, é aí que começa a desvendar
o novo lugar onde vive.
A primeira coisa que teve vontade
ver mais de perto era a cerca grande e alta que ficava a alguns metros da casa
e que sempre observava da janela de seu quarto; as pessoas lá pareciam sempre
estar de pijama, assim como as pessoas que cuidavam dos afazeres de sua casa,
assim como o cortador de batatas que um dia o ajudou quando caiu de um balanço
e se feriu, ele dissera que era médico em algum outro lugar, e Lucas não
entendeu porque agora descascava legumes.
Sem consultar ninguém, Lucas vai
até a cerca e acompanha sua extensão até o ponto em que encontra um menino
sentado próximo a ela, porém, ele estava do outro lado, e Lucas ficou muito
triste, pois se estivesse do mesmo lado, poderiam brincar. Era o primeiro
menino que encontrava, e, no entanto, estava do outro lado da cerca.
O menino se chamava Shmuel, e
incrivelmente havia nascido no mesmo dia que ele; tinham a mesma idade, nove
anos, e por isso Lucas achava que eram quase gêmeos. Mal sabiam eles que havia
muito mais do que apenas uma cerca que os separava, mas universo infantil que
John Boyne criou, essa barreira é algo sem a mínima importância.
Lucas começou a ir até a cerca
com frequência e sempre encontrava Shmuel sentado lá, conversavam e comiam
lanches que o outro menino aceitava com muita alegria, pois parecia sempre
estar com fome.
O Menino do Pijama Listrado conta
uma história de amizade num tempo difícil, onde apenas os inocentes podiam
viver e criar laços sem entender a época pela qual estavam passando. Fiquei impressionada quando descobri que o
autor escreveu o livro em dois dias e meio. Dois dias e meio, imaginem! É
um romance simples e ao mesmo tempo profundo, retrata a inocência onde só a
horror, e mostra como pode ser fantástico o mundo que as crianças criam sem
saber da realidade na qual vivem.
Título: O Menino
do Pijama Listrado
Autor: John
Boyne
Editora:
Seguinte (Companhia das Letras)
Páginas: 186
Ano: 2007
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