quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

O Atirador de Duas Faces


A cena de um crime é montada. Sem saber o motivo, o detetive Sávio Saldanha é colocado no meio de uma chacina e ao mesmo tempo em que precisa desvendar o motivo dos assassinatos, precisa correr contra o tempo para não se tornar a próxima vítima. E este é apenas o início de um romance policial cheio de ação.

Sávio Saldanha se tornou um detetive após sair da Polícia Militar, onde rivalizou com o perigoso sargento Carlos Fontes. Sarcástico, estressado e politicamente incorreto, Saldanha tem uma boa fama por conseguir resolver os problemas comuns em seu serviço e atender aos pedidos de seus clientes. Após uma possível armação para incriminá-lo, ele tentará com a ajuda de seu amigo – o policial Daniel Gomes – a solucionar uma pequena onda de assassinatos na região de São Gonçalo e Niterói.

"Saldanha até cogitou a possibilidade de conseguir resolver esse mistério em uma única oportunidade, mas mal sabia ele que estava completamente enganado...
O palco de seu primeiro engano? Niterói.
O ano? 2002."

Pondo em prática seu trabalho de investigador, Saldanha precisa descobrir quem está cometendo os assassinatos e que tipo de ligação envolve as vítimas. Quando enfim descobre o que liga os assassinatos, ele percebe que o problema é maior do que imaginava, pois um fantasma de seu passado parece ser o estopim de toda essa matança.

Os cenários foram muito bem construídos e é impossível não gostar do protagonista, um homem nada simpático e bastante sarcástico, mas que cativa o leitor com seu jeito rude e sua inseparável Jaqueline, uma espingarda Calibre 12. Ele conquistou muitas inimizades entre os policiais, sendo o Sargento Fontes seu maior rival, mas tem em Daniel Gomes um amigo fiel, permitindo ao leitor ver a realidade em que vivem os mocinhos e os “vilões” dentro da corporação.

Sem a aprovação de Saldanha, uma ex-policial da 72ªDP é designada para lhe ajudar nas investigações e essa dupla improvável acaba aumentando ainda mais a ação para desvendar essa onda de assassinatos.

"Eis que Saldanha ergue Jaqueline, mais alto, e vai para o meio da rua, apontando firmemente para o Ford Corcel que vinha em sua direção [...]. O motorista freia o máximo que pode, pois seu medo maior é que o louco de calibre 12 atire acidentalmente. [...]
- Bom garoto... – Disse Saldanha – Estou requisitando seu carro agora!
- Cadê seu distintivo meu chapa? – Perguntou o motorista gordo.
- Meu distintivo e minha jurisdição são a distância entre a minha munição – Ele engatilha a arma – e o seu cérebro no banco traseiro, entre o dedo e o gatilho. SAI!"

O atirador de duas faces mostra-se um assassino implacável e não mede esforços para atingir seu alvo. Mas quem é ele afinal? O que o move?

Sabe quando você parece estar lendo o roteiro de um filme de ação policial? Foi assim que eu me senti. Ação do início ao fim e um mistério impossível de ser decifrado antes das últimas páginas. É o primeiro livro nacional que leio nesse gênero e a nota com certeza é dez! São poucas páginas, mas não faltou espaço para a adrenalina correr solta. Com uma ótima linha de acontecimentos e sem tempo para distrações, Luiz Guilherme Dias encerra seu primeiro livro com um final digno de um romance policial.

Título: O atirador de duas faces.
Autor: Luiz Guilherme Dias.
Páginas: 82.
Editora: Desfecho Romances.


O autor



Luiz Guilherme Dias do Nascimento é de Itaboraí, cidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, tem 22 anos, é estudante de Ciências Econômicas da Universidade Federal Fluminense e atualmente trabalha como Office Boy na cidade de Niterói. A paixão tardia pela leitura e pela escrita fez com que suas referências fossem os filmes do final dos anos noventa e início dos anos 2000. 



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