quarta-feira, 26 de outubro de 2016

O Que Aprendi Com O Amor

Na resenha de hoje vamos falar sobre o amor. Esse sentimento que nos acompanha todos os dias e foi reproduzido lindamente em verso e prosa pela autora Francélia Pereira. O livro “O que aprendi com o amor” retrata as várias faces e a forma como o amor nos atinge.


O amor sempre foi um sentimento inspirador, um sentimento que nos faz sorrir de pura felicidade, quando correspondido; e que nos joga na mais profunda tristeza, quando desprezado.

Nesse pequeno livro, que mistura verso e prosa, Francélia Pereira tenta registrar um pouco de tudo que aprendeu na companhia desse sentimento tão incompreendido por nós, o Amor!




O amor é o primeiro sentimento da nossa vida. Amamos nossa família, nossas descobertas, nossos bons momentos. Ele permanecerá conosco até o final e se manifestará de diversas formas.
Neste livro a autora representa parte daquilo que ela aprendeu com este sentimento, os erros e acertos; as partes boas e ruins. Como tudo na vida, o amor também é instável e nem sempre acaba como gostaríamos. São essas experiências que nos permitem conhecê-lo a fundo e, assim, transformá-lo em uma parte feliz do nosso dia-a-dia.

“Quem disse que os sentimentos foram feitos para serem correspondidos...”

Um livro lindo que além do seu conteúdo encantador, também conta com uma capa convidativa, diagramação maravilhosa e ilustrações fofíssimas, feitas por Tiago Calado.



A poesia foi o meu primeiro contato com a literatura. Ainda na escola, comecei lendo todas as obras disponíveis de Vinicius de Moraes. Cada nova estrofe me conquistava mais que a anterior. Depois disso conheci diversos outros poetas: Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Mário Quintana, Cecília Meirelles, Cora Coralina, Paulo Leminski e Luís de Camões.
Após esse período, comecei a ler romances e a poesia ficou em segundo plano. A leitura desta obra me trouxe as boas lembranças daqueles tempos e de todas as lindas linhas que apreciei.
A escrita de Francélia é encantadora, muito atual e fácil de compreender. Ela consegue colocar os sentimentos no papel com uma facilidade incrível. Nas palavras redigidas, conseguimos comparar nossas próprias experiências, além de compreender a mensagem e assimilar os bons conselhos para a vida.

“Impomos ao amor provas difíceis demais, cobramos dele tudo aquilo que não somos capazes de fazer; então cansado, humilhado e desprezado o amor desiste de nós.”

O amor é um sentimento lindo e que, de alguma forma, sempre está em nossos corações. Porém é no campo amoroso que muitas vezes não sabemos lidar com ele.

“Viver sem sentimentos
É existir, e de um jeito
Muito chato”

É algo tão inconstante e incerto. E ainda não depende apenas de nós. Muitas vezes esperamos um desfecho, mas não somos correspondidos.

“Vive-se saudade
De algo que nunca foi
E nunca será...”

A reciprocidade é uma alegria. A rejeição é um mar de tristeza. Apenas as experiências nos ajudam a fazer dele um aliado e não um inimigo.
Tudo que é extremo nos faz mal. A dependência do amor é um câncer em nossa alma, faz com que nossas opiniões fiquem distorcidas, provoca ações que não faríamos em outro contexto, incita pensamentos destrutivos que jamais deveriam nos assombrar.

“Não se iluda
Não confunda lembranças com esperança”

Bom mesmo é amar na medida certa, com calma e serenidade. Se for correspondido, ótimo! Mas e se não for? Que bom, também! Porque não se ama sozinho. E se este é o seu caso, sorte sua não perder tempo com algo sem futuro. Logo você encontrará a pessoa certa que fará seu coração disparar e seus dias se tornarem mais felizes. Assim como os dias dela serão muito mais coloridos com a sua presença.

“Sem desejo ou apego, o Amor cura, liberta... Torna-se pura Inspiração!”

Quando o verdadeiro amor é encontrado, aprendemos a conviver com defeitos e qualidades. Aprendemos que as dificuldades são mais fáceis quando são vencidas em equipe e que o gosto dos dias superados juntos é infinitamente melhor que uma vitória individual.
Vai ter lágrimas, vai ter risos; vai ter brigas e reconciliações; vai ter tristeza, mas terá alguém para segurar sua mão e afirmar que tudo vai ficar bem. E, principalmente, haverá o entendimento que o amor não é uma propriedade, não é uma imposição, nem uma necessidade. É um presente de Deus que garante que nosso coração continue sempre aquecido e habitado pelas pessoas amadas.

“Hoje sei que “morrer no outro” é trair a própria existência, é negar a si mesmo a capacidade de Ser.”

A leitura do livro me ensinou muitas coisas e me fez pensar em muitas que já tinha aprendido ao longo dos anos. A autora está de parabéns por esta obra incrível que me tocou profundamente e certamente terá o mesmo efeito em todos os leitores.
Ao final, pense naquilo que você aprendeu com o amor e use isso ao seu favor, sempre para alcançar dias mais felizes.

“O amor merece ser louvado e exaltado em todos os tempos.”





Título: O que aprendi com o amor
Autor: Francélia Pereira
Editora: Indie
Ano: 2016
Páginas: 70

sábado, 22 de outubro de 2016

Rebirth - Os novos titãs


A resenha hoje é uma aula de mitologia, os fãs dos deuses e suas culturas não podem perder esse incrível romance recheado de ação, romance e aventura. Conheçam a obra de Bianca Landim, mais uma autora nacional incrível.




Sinopse:


Quatro crianças foram postas nos caminhos imortais dos deuses do Olimpo e, delas, uma nova geração de titãs surgiu, mostrando-se incrivelmente mais poderosa que os primeiros titãs – derrotados por Zeus e seus irmãos –, e até mesmo que os próprios deuses! Missões lhes foram atribuídas e mundos imortais foram conhecidos, dando-lhes sabedoria, poderes e novos aliados. Acima de tudo isso, o amor único foi alcançado e suas origens, desvendadas, fazendo dos titãs uma nova ordem no Olimpo, com Zeus e os outros deuses, conhecidos como os Doze Olimpianos.
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“Num momento crucial dos imortais, conhecido como Titanomaquia, Zeus enfrentou e venceu seu pai, Cronos, destronando-o da regência do mundo fantástico dos imortais e tomando-o para si. Com a ajuda de seus irmãos criou o Olimpo. Muitos titãs foram aprisionados nesse novo mundo devido às suas alianças com Cronos; outros perderam seus poderes e se tornaram mortais. Poucos foram os que se aliaram aos deuses e permaneceram a salvo. Entretanto, Zeus sabia que os aprisionados um dia se revoltariam e que Cronos se beneficiaria desse momento. Para que isso não acontecesse, uma reunião com os Doze Olimpianos fora feita e nela decidiu-se algo que mudaria o mundo dos imortais para sempre.”

Quando as moiras, responsáveis por tecer o fio da vida, revelaram aos deuses que num futuro próximo Cronos retornaria em busca de vingança e que quatro crianças estavam destinadas a serem os novos titãs, sendo que apenas eles teriam poderes suficientes para combater a fúria do deus Supremo, Ártemis, Apolo, Ares e Hefesto sabiam que teriam uma missão pela frente.

Dividido em três partes, o romance de Bianca Landim nos dá uma aula sobre Mitologia! E após o final da leitura, me peguei pesquisando o que era real e o que era parte da fantástica história de criada pela autora.

A primeira parte de Rebirth, se passa Grécia, cerca de 1.200 A.C.

Dezoito anos após a revelação das moiras, somos apresentados aos novos titãs: Celes é aprendiz da deusa Ártemis, deusa da caça; Discórdia aprende todas as artimanhas da guerra com Ares; Solaris é aprendiz de Apolo e Pyro, de Hefesto.

Inevitavelmente, Celes e Solaris se apaixonam, mas o amor é algo proibido para a protegida de Ártemis, já que a castidade é regra de seu treinamento como amazona; porém, o amor que um nutre pelo outro é maior do que os obstáculos que eles sabem que precisarão enfrentar e não medirão esforços, passando por cima do que for necessário para tornar esse amor possível.

Mas a beleza da Amazona não chama a atenção apenas de Solaris, Como previsto pelas mouras, no momento certo a origem dos titãs seria conhecida, e ao descobrir a verdadeira origem de Celes, Cronos ressurge para tentar aproveitar-se do poder que a menina demonstra e fará de tudo para conseguir o que quer, pois sabe que é a oportunidade perfeita para criar um ser superior a Zeus, seu filho.

Diante do risco que Celes corre quando Cronos finalmente consegue se aproximar, Solaris desperta um poder do qual nem ele imaginava ter e em suas mãos está a chance de finalmente se livrar de Cronos.

Mas os problemas dos titãs não param por aí. Após um longo tempo, ao menos para os mortais, já que a história passa a ser contada no Cairo de 1922. Zeus, Ares e Solaris encontram-se disfarçados em meio aos mortais na busca de resolverem um mistério, após uma escavação e alguns outros acontecimentos, o elmo de Hades acabou sumindo, assim como os chamados “vasos canopos”,  dos deuses egípcios, responsáveis estes por guardarem órgãos humanos no processo de mumificação. Quando em Asgard, o martelo Mjolnir de Thor também é roubado, os titãs sabem que um desafio está em suas mãos, pois a volta de um deus há muito esquecido, que consegue evocar um poder capaz de destruir todos os deuses, ameaça o eterno descanso dos seres supremos.

Após muitas batalhas e ação e já em nosso tempo presente, somos levados à Índia do ano de 2012, onde os deuses hindus se mostram presentes. Aqui, um antigo inimigo retorna com um poder devastador e seu único desejo aniquilar todos os deuses existentes. Para isso, os titãs e os deuses de todas as mitologias se unirão para tentar combatê-lo, contando ainda com o incrível poder dos filhos de Celes e Solaris. (eu disse que esse amor era imortal, não disse?)

O que Bianca nos dá em todas as três fases de sua história é uma mistura de ação e romance da qual nunca havia presenciado em um livro. Minha falta de conhecimento sobre mitologia me sentir vontade de ler mais e mais sobre esses incríveis deuses, sendo até um pouco desnecessário, já que Bianca conseguiu apresentar o mundo e os costumes de todos eles com uma precisão enorme.

O romance nacional mais uma vez se mostra de uma qualidade incrível. A própria experiência da autora, ao conhecer os lugares nos quais o Rebirth foi ambientado, nos serve com uma viagem ao redor do mundo, proporcionando ao leitor uma das maiores alegrias que as histórias podem oferecer: viajar sem sair do lugar.

  Título: Rebirth - Os novos titãs
  Autora: Bianca Landim
  Ano: 2015 / Páginas: 366
  Editora: Talentos da Literatura Brasileira / Novo Século

Conheça a autora



Foi por meio da história, dos idiomas e das culturas estudadas que Bianca Landim concluiu a faculdade de Turismo. Os personagens deste livro surgiram em 2008, depois de uma viagem à Grécia. Ganharam retoques anos depois, quando foi a vez de o Egito ser visitado. A última etapa da jornada foi a Índia, onde viajou de trem por oito dias. Atualmente, Bianca mora com os pais no estado do Rio de Janeiro.

Acompanhe a autora nas redes sociais Skoob, Facebook e Instagram.



sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A Face dos Deuses

Os habitantes de Dünya ainda sofrem os horrores deixados pela Longa Guerra. Mesmo depois de tantos anos, a mais simples ameaça de um novo desentendimento pode fazer com que alianças e pactos improváveis sejam selados. A Face dos Deuses, primeiro volume da série As Crônicas da Aurora, do autor Gleyzer Wendrew, inicia em meio a conflitos em iminência de explosão.


Sinopse: A Face dos Deuses ultrapassa a linha imaginária que delimita o campo de batalha, penetrando profundamente na carne exposta da dor e do sofrimento de quem sobreviveu à guerra… O que fazer, para onde ir e como continuar, quando todas as pessoas que você amava foram tiradas para sempre de você? 
A guerra que deixa sobreviventes, deixa também vencedores? Para ato tão bárbaro e desumano não existe vitória. Todos já perderam.
           O livro te transporta para um mundo onde apenas o sentimento de vingança queima dentro do peito e os deuses silenciosos assistem ao espetáculo da tragédia com suas faces misteriosas...


Quando Heros Kinnhäert, rei de Mäaen, decidiu ignorar as inúmeras cartas de Kazoya Vennian para ajudá-lo a encontrar o Tesouro de Venn, desaparecido há nove meses, ele não imaginava que estaria traçando o destino de sua própria família e também de seu povo.

Tarde demais, ele percebe que Kazoya faria o possível e o impossível para encontrar a isäh Soraya, sua filha, inclusive selar um acordo com o cruel general vatriano Cleyo Blo'Siänkh. Quando Cleyo informa que não somente casará a isäh com seu filho Mäthias, unindo de vez os povos que antes quase se aniquilaram na Longa Guerra, virando-se desta vez contra Maäen, caso o Kennëg se oponha, mas que também, como termo do acordo, levará para ser criado em Vatra seu filho mais novo, o O’kennëg Antau, Heros se vê novamente em uma teia de conspirações e intrigas que ao menor sinal de fracasso, poderá terminar de vez com tudo que reconstruiu após a última guerra.

Vatra, localizado no norte do continente, é um país sombrio, onde a luz de Sühnt, o deus-sol, nunca chega. Habitado por adoradores de Fyaär, deus do ódio, o país é conhecido pela grande brutalidade de seu povo, que pratica a maldade apenas por devoção a seu deus.

As três maiores Famílias de Vatra são quem governam o lugar, os vatrianos nascem com um losango na testa, denominada “dádiva de Fyaär”, ou “brilho de fogo” que queima em sua testa de acordo com suas emoções. Os vatrianos que nascem sem a dádiva são considerados infiéis.

“Após a extinção dos antigos Mestres da Pena Negra, assim eram conhecidos os membros da Família Bë’Goöf, e com o Pactos dos Três recém assinado, Blo’Siänkhs, Sh’Fäelns e K’Voöks, uniram-se e deram início a um cerco contra Entia. Após quatro anos de inúmeras tentativas fracassadas de invasão, os Fyaraänos, ao retornarem a Vatra, além de exterminarem todas as tribos de hraoös que encontraram em seu caminho, deixaram entre os dois países um tremendo rastro de crucificações. Feita de pedra, a estrada carrega apenas sofrimento e destruição.”

“Sobre Vatra: cultura e história”,  p. 327, Autor Desconhecido – Ano Desconhecido

Após a Longa Guerra, nenhum tratado de paz foi selado entre Mäaen, Venn e Vatra, e apesar desse convívio aparentemente pacífico, qualquer passo em falso nesse jogo poderá reabrir as cicatrizes de que todos ainda se recuperam.

“Mentiras, laços frágeis, falsas emoções e adagas traiçoeiras permeiam um mundo cercado de religião, política e deuses misteriosos.”

Mais uma vez me deparo com uma história na qual não sei, afinal, quem são os mocinhos e quem são os vilões. Apesar de serem claros os objetivos e feitos de cada um, Gleyzer demonstra de cada ponto de vista os motivos que fazem homens justos ou brutais procurarem vingança.

“No norte, Koran K’Voöhk é um orgulhoso guerreiro que retorna à sua cidade após o exílio que lhe foi imposto ainda garoto, e depara-se com a mais pura decadência: sua Família está em declínio; seu castelo, abandonado aos ratos; seus inimigos, ainda mais poderosos...Conseguirá ele reerguer o nome de sua Família e recuperar o prestígio que ela um dia tivera?”

Intercalando os acontecimentos ocorridos em Arthä capital de Maäen, Väll capital de Vatra, Akähm, capital de Venn e também acompanhando o trajeto de Antau, partindo de seu lar no sul, com destino a Vatra, no norte do continente, A Face dos Deuses é um livro que considerei de um tipo quase “poético”. A escrita de Gleyzer é extremamente rica e o cenário é descrito com tamanho cuidado, que um mundo complexo e muito bem construído vai se formando em nossa imaginação.

Quando terminei a leitura, perguntei ao autor se tudo isso havia mesmo existido algum tempo na história, e ao saber que não, mais uma vez me perguntei se não existem, de fato, universos paralelos onde essas histórias criadas sejam reais. Pois acho quase injusto um mundo tão bem criado existir apenas em nossa imaginação.

Sem obedecer uma ordem cronológica de acontecimentos, os capítulos são narrados tanto no presente quanto no passado, e não tenho outra palavra que resuma melhor esta história: Genial.
Tendo um apoio fortíssimo na religião, os habitantes de Dünya veneram diferentes deuses, e é simplesmente incrível a forma como suas emoções são representadas por eles.

“A fome, a miséria e o caos imperavam numa capital que já vira dias melhores e agora pensava em deitar-se sobre o declínio. O próprio Sürm parecia caminhar onipotente pela cidade e a face de Vaäth era vista no rosto das pessoas.”

Vaäth – A Obscura, deusa do medo e do desespero.
Sürm – O Incógnito, deus do caos.                            

Com inspiração em Game of Thrones e outras histórias do gênero, A Face dos Deuses é diferente de tudo que já li, um livro daqueles que terminam bem na hora “errada” e o gosto de quero mais fica entalado após o término da leitura, pois Gleyzer soube prender o leitor em um universo riquíssimo e cheio de ação.

“ A Fyaraäna dançava levemente de um lado para o outro enquanto desviava dos ataques desajeitados. Suas espadas  pararam um, dois, três golpes antes de voltarem a atacar (...) Dois metros de terra seca e poeira os separavam. A guerreira vatriana adotou sua posição de ataque e se preparou para a última dança.”

Como qualquer história digna de finais “pqp!”, A Face dos Deuses encerra sua apresentação de forma inesperada e cheia de mistérios a serem resolvidos. Entre eles, um me deixou com os nervos a flor da pele: 

"Existe um antigo ditado nähfeno que diz:  A Floresta Dokah devolve apenas os puros de coração." 

 E já sou a primeira a aguardar fervorosamente a continuação.

Já digo como aviso que não pude contar nem a metade de toda a riqueza literária que o livro proporciona, existe uma lista de personagens importantes e muito bem construídos que infelizmente ficaram de fora, assim como lugares e fatos dessa história que são relatados ao longo da narrativa. Na verdade, não é fácil fazer jus a esta obra em uma resenha. O leitor deve embarcar a fundo nessa série que veio para conquistar os amantes de um bom livro de ação e reviravoltas astuciosas.

O livro conta com um mapa para podermos nos localizar, o que adoro, já que fico olhando a todo momento onde determinado personagem está. Além disso, um Apêndice é encontrado nas últimas páginas do livro, dando significado a alguns termos da história. Os Brasões de todas as grandes Famílias também encontram-se ali e a cronologia de todos os personagens e mais importantes acontecimentos de Dünya podem ser acompanhados.


Uma obra completíssima e que merece se difundir por todos os leitores que apreciam uma obra nacional de tirar o fôlego.

Gleyzer está de parabéns pela sua escrita e merece alcançar o maior sucesso possível por onde passar, pois criou uma das histórias mais envolventes que já tive o prazer de conhecer, logo eu, que amo uma boa fantasia.


Autor: Gleyzer Wendrew
Ano: 2016 / Páginas: 180
Idioma: português 
                Editora: Kiron

Encontre mais sobre o mundo de A Face dos Deuses no site As Crônicas da Aurora


Conheça um pouco sobre o autor



Gleyzer Wendrew  nasceu no dia 19 de abril de 1992, em Brasília, cidade na qual cresceu e ainda reside. Embora formado em Administração de Empresas, curso do qual se orgulha, tem sua grande paixão na Filosofia de Nietzsche, na História Medieval europeia e asiática, e nas diversas mitologias espalhadas pelo mundo. Fã incondicional de J. R. R. Tolkien, Bernard Cornwell e George Martin, não tentaria excluir desta sua primeira obra os conhecimentos que adquiriu com os mestres da literatura fantástica. Atualmente se dedica a consolidar o universo criado enquanto escreve os outros 3 volumes da saga.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Se Arrependimento Matasse



                Uma noite de tempestade, um grupo de pessoas presas em um hotel e um assassino à solta. Estes são os ingredientes de um suspense arrebatador, que entrou para a minha lista de favoritos. A resenha de hoje é sobre o livro “Se ArrependimentoMatasse” do autor Alma Cervantes.


Alex, Alice e Rebeca são grandes amigos e decidem se reencontrar depois de alguns anos sem se verem. O lugar escolhido é o hotel dos pais de Alex, mas o que parecia uma viagem especial, repleta de conversas agradáveis e descontraídas com os outros hóspedes durante o jantar se transforma, em seguida, num pesadelo. 
Quando os três se preparam para dormir, ouvem batidas desesperadas à porta e seguem ao salão, onde logo descobrem que o cozinheiro fora assassinado. Com a comoção, somada à dificuldade de fuga devido à tempestade e névoa lá fora, a confusão logo se instala no hotel, além de um desagradável clima de suspeita entre os hóspedes.

Alex, Alice e Rebeca eram grandes amigos na escola. Com o passar do tempo, seguiram caminhos diferentes e acabaram se separando.
Após um longo tempo sem se ver, eles resolvem fazer uma viagem para retomar a amizade, o destino escolhido é o hotel dos pais de Alex. O objetivo era colocar o papo em dia, saber os rumos que a vida de cada um tomou, relembrar os bons momentos e a partir disso manter contato.
Tudo corria bem, a sintonia entre eles era a mesma do passado. Com a chegada dos demais hóspedes, os pais de Alex planejam um jantar para receber um suposto investidor. Neste momento todos se conhecem e têm uma refeição agradável.
A partir disso toda a paz da noite se esvai. Um assassinato ocorre no local. Victor, o cozinheiro, é encontrado morto. Uma tempestade terrível acontece lá fora. Com as estradas bloqueadas e carros sabotados, seria improvável que o assassino fosse alguém de fora, logo todas as pessoas que estão no hotel são suspeitas.

 “A única coisa certa era que estavam em perigo e precisariam cooperar.”

A cada minuto que passa o clima de tensão aumenta, uma investigação inicia entre eles para encontrar o criminoso, porém é difícil ver a verdade em meio a uma tragédia como essa, que afeta o comportamento de todos.
O tempo está passando, mais mortes acontecendo e para se salvar, eles terão de juntar as peças e encontrar o responsável por toda essa tragédia. Nunca o amanhecer foi tão esperado e demorou tanto a chegar. Quem dera eles não tivessem chegado a este hotel. Se arrependimento matasse...

“É dito que quando alguém conhece o verdadeiro desespero, se não houver distração constante e eficiente, a pessoa se perde nas profundezas da loucura até o fim de sua vida.”



Um suspense eletrizante que intriga o leitor do início ao fim. Em toda a narrativa surgem dúvidas sobre quem é o culpado, e isso acaba nos envolvendo ainda mais. Acompanhando a investigação fiz minhas próprias análises e, ao longo do livro, culpei todos em algum momento. Rs

 “Não se preocupe. Independente das circunstâncias, tudo acabará bem ao amanhecer.”

Alex, Alice e Rebeca são os principais personagens da história, é com o encontro deles que vamos conhecendo os demais e o desenrolar da trama. Alice é o mais centrado dos amigos, um pouco introvertido ele é mais observador, consegue manter a calma, mesmo em situações tão criticas. Alex é um cara mimado e explosivo, seu jeito manipulador e impositivo acaba aumentando a tensão do ambiente. Rebeca é uma menina doce e agradável, apaixonada por Alex desde a juventude, esperava que nesta viagem ele a notasse, logo esta era a sua maior preocupação.
Os demais personagens são misteriosos em uma primeira impressão. À medida que detalhes sobre eles vão sendo revelados, se tornam ainda mais suspeitos.

 “Discernir a verdade em meio a tantas possibilidades... Essa é minha preocupação.”

O que mais intriga no livro é que na realidade todos são extremamente suspeitos. Você pode imaginar uma razão para cada um, todas as histórias têm falhas e mistérios a serem desvendados que podem levar a um culpado. Isso faz com que o leitor fique angustiado e curioso, não conseguindo largar o livro até descobrir o verdadeiro assassino.

 “Sinto dizer, porém tomar uma sugestão de natureza tão aleatória como verdade é inadmissível à minha posição.”

A trama acontece no hotel dos pais de Alex, um lugar bem afastado que, embora não seja tão grande, tem um requinte que o torna bem acolhedor. Com os acontecimentos, os sentimentos que se seguiram: medo, desconfiança, tensão e instinto de sobrevivência. Juntamente com a situação do tempo e suas consequências: tempestade, neblina, estradas bloqueadas, isolamento; o cenário acaba se tornando sombrio e assustador, como se o mal estivesse à espreita, nas sombras, esperando o momento certo para fazer uma nova vítima.
Com a investigação acontecendo, todos acabam desconfiando uns dos outros, e a cada segundo é mais importante descobrir o autor dos crimes, para assim neutralizá-lo e sobreviver até o amanhecer.

 “Quem busca a verdade absoluta deve ser frio, imparcial, e manter sempre acima de tudo a razão, ignorando qualquer comentário desacompanhado de fatos.”

O fechamento da história é extremamente impressionante. De todos os finais que eu imaginei, este não chegou nem perto, e isso foi incrível. Nada melhor que mergulhar em uma história imprevisível, terminando com aquela sensação gostosa de descoberta. Os motivos que levaram a essa catástrofe também são impossíveis de adivinhar ao longo da narrativa.

 “São poucos aqueles capazes de discernir a verdade tão minuciosamente em meio a tantas incertezas e sugestões.”

Me senti tensa e apreensiva em cada página, sem saber o que iria acontecer, quantas vidas ainda seriam perdidas até a noite acabar e tentando sempre descobrir quem é o assassino. Porém com tantas coisas envolvidas é muito difícil distinguir culpados e inocentes. A adrenalina atrapalha nosso discernimento.
Amei a leitura e entendi o porquê desta obra receber tantos elogios. A narrativa é ágil e envolvente; os personagens, ainda que complexos, são bem construídos e despertam a curiosidade dos leitores. Além de toda a aura do livro. Estar preso em um hotel, com um assassino a solta e totalmente expostos a muitos perigos acaba mexendo muito com o leitor, que vive a história junto com os personagens. Uma leitura viciante, impossível de largar antes da última página.
Recomendo aos fãs de suspenses e histórias policiais. E também para as pessoas que ainda não leram nada assim, para vocês essa obra será um inicio com o pé direito.

 “Mudanças, por mais estudadas e planejadas que sejam, desencadeiam outras mudanças, estas inesperadas.”

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Título: Se Arrependimento Matasse
Autor: Alma Cervantes
Editora: Novo Século
Ano: 2013
Páginas: 248

sábado, 1 de outubro de 2016

Além das Evidências

Um homem maravilhoso, uma paixão arrebatadora e uma investigação criminal. Se individualmente estes tópicos já conquistariam diversos leitores, como resistir quando estão todos juntinhos na mesma história? A resenha de hoje é sobre o livro “Além das evidências”, da autora Alana Araji. Um romance cheio de mistério, onde somente a descoberta da verdade pode garantir a tão sonhada felicidade.


A advogada Beatrice Scott se apaixona perdidamente por Ryan Collyns, conceituado cirurgião plástico. Sua vida agora, comparada com o frustrante relacionamento anterior, nunca esteve tão bem. Porém, em um piscar de olhos, tudo parece desabar. Seu grande amor está sendo preso sob a acusação de estupro e homicídio qualificado. Beatrice faz de tudo para provar a inocência de Ryan, no entanto, suas expectativas diminuem quando as provas apontam para ele como autor do crime. Se ele for realmente culpado, como ela poderá lidar com os sentimentos? Uma história intrigante sobre a busca pelo verdadeiro amor, mesmo em momentos tão conturbados.


Beatrice é uma advogada de sucesso. Lutou muito para chegar onde está, abriu mão de muitas coisas e transferiu grande parte do seu tempo para seu trabalho. Isso lhe garantiu uma carreira promissora, mas também lhe custou caro. Noiva há anos do homem que achava ser seu par ideal, teve como inimiga a carreira e a personalidade controladora, que acabaram destruindo seu relacionamento dia-após-dia, levando seu noivo, Jhonatan, lhe trocar por uma mulher mais jovem e abandoná-la friamente.
Após essa decepção sua vida pessoal desandou de vez, ela não se achava pronta para o amor, ainda revivia a dor da traição, e mais uma vez, se jogou no trabalho para esquecer.
Tudo muda quando encontra Ryan Collyns, o homem dos sonhos de qualquer mulher. Além de lindo, Ryan é um homem inteligente e carinhoso. Tem uma carreira conceituada como Cirurgião Plástico e parece ser a pessoa que dará uma nova chance de felicidade para Beatrice.
Desde o primeiro olhar, a paixão entre eles é avassaladora. A vida e a perspectiva de futuro não poderiam ser melhores, porém Ryan é preso por um crime horrível e todas as evidências apontam contra ele. Uma jovem foi estuprada e assassinada em seu consultório.
Bia, com a ajuda de sua melhor amiga e sócia, Samantha, começa a buscar provas para salvar seu amado. Mas antes de levar um júri a acreditar na sua inocência, ela mesma precisa se convencer disso.


Amei o livro, li em apenas duas horas e meia, não conseguia largar sem saber quem era o culpado deste crime tão terrível.
O casal tem muita química, e mesmo que tudo tenha acontecido muito rápido entre eles, é inegável que o sentimento que os une é real.

“Por um instante, queria parar o tempo para poder ficar ali o resto da noite, apenas ouvindo tudo sobre ele.”

Beatrice é uma mulher obstinada, luta por aquilo que quer, mas ao mesmo tempo apresenta uma grande fragilidade no campo afetivo.
Ryan construiu sua carreira sozinho e parece ser um príncipe ao primeiro olhar, mas quando as evidências se voltam contra ele, é difícil descobrir qual é a sua verdadeira personalidade.
Não posso deixar de falar de Samantha, amiga de Beatrice. Ela é a aquela amiga meio doidinha que anima a vida de qualquer um. Leva embora a mesmice e sempre tem gás para levantar os ânimos dos que a rodeiam. Além disso, é uma advogada brilhante, difícil de abater em um tribunal. A amizade entre as duas é linda, ambas se completam e se entendem perfeitamente.

“Você me conhece mesmo. Por isso a amo tanto. Você é a irmã que eu não tive.”

O romance por si só teria conteúdo para prender a atenção do leitor, mas adicionando todo o drama policial, a leitura se torna irresistível.
A única coisa que posso dizer que não me agradou foi o tamanho do livro. Queria muito mais dessa história, mais sobre o desenrolar, sobre os bastidores da investigação. Mas mesmo com poucas páginas, tudo fica muito bem esclarecido, e toda a história é concluída sem deixar pontas soltas.
A escrita da autora é gostosa e objetiva, tudo é dito de uma forma muito clara, deixando o leitor por dentro de tudo que acontece. Uma delicia de acompanhar, tanto que não consegui largar nenhum minuto depois que iniciei.
Recomendo o livro para os fãs de romance que gostam de uma pitada de suspense dentro dessas lindas histórias de amor. Tenho certeza que acabarão apaixonados, assim como eu.

“Estava exatamente onde desejava estar.”

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Título: Além das Evidências
Autor: Alana Araji
Editora: Novo Século
Ano: 2016
Páginas: 136