quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Os últimos dias de Dilúvio da Serra


A resenha de hoje é de um livro simplesmente sensacional! Os últimos dias de Dilúvio da Serra, do autor Adriano Paciello, publicado pela Chiado Editora, é a primeira surpresa de 2017, entrando facilmente para os favoritos e caindo na lista de indicações para a vida.


Sinopse:
Dilúvio da Serra é uma cidade repleta de superstições e sua aversão ao número 13 é uma obsessão. Prestes a completar 100 anos e com 12.999 habitantes, uma chuva avassaladora e o iminente nascimento do próximo diluviano endossam o medo da extinção do local. Pegue seu guarda-chuva e acompanhe os últimos dias de Dilúvio da Serra.




O que move uma crença? Uma crença pode mover uma cidade? As vésperas de seu aniversário de cem anos, Dilúvio da Serra respira superstição. Uma crença que começou junto à sua fundação, quando a esperança fazia parte da vida das doze famílias que ali fizeram morada.

Mognos da Serra seria o nome. Uma bonita placa de madeira para batizar o local e seguir a vida. Estamos em 1813, mais precisamente no dia 13 de setembro daquele ano, às 13 horas. O discurso de inauguração nem chegou a acontecer, pois a chuva veio forte e terminou com tudo. Depois de doze dias de chuva incessante, uma explicação. Fizeram todas as ligações possíveis e o problema era um número: 13 na data, no número de letras do nome da cidade, o “M” de Mognos, ocupando a décima terceira posição no alfabeto; era o número em tudo e isso justificava sua ruína.

Ali não havia espaço para a lógica, para o bom senso.


“O amor incondicional a algo, a alguém, aos olhos dos normais, soa como uma aberração, incomoda, revolta, contudo, enquanto o véu mágico estiver cobrindo a realidade, dor e limites ficam a dias de distância.”

Passados doze dias, um novo nome, uma nova placa de madeira, o milagroso fim da chuva e uma vida que seguiria irreversivelmente contada.

O tempo foi passando e a cidade foi crescendo de uma forma peculiar, sempre guiados pelas contagens e exclusão de quase tudo que houvesse o número 13 ou sua letra correspondente no alfabeto.

Dilúvio da Serra, próximo ao seu primeiro centenário, teme o fim. Com 12.999 habitantes e a chegada próxima de mais um diluviano, eles aguardam fielmente o cumprimento da profecia, que dita a extinção da cidade.

Neste cenário, o Padre Magno Manqueso, único a iniciar seu nome com M e a conter no nome treze letras, tenta abrir os olhos dessas pessoas e mostrar que a deve ser maior que suas crendices, mas para isso, ele deve enfrentar Johann Von Becke, que traz como tradição de família o medo e a precaução a tudo que possa atrair a desgraça novamente à sua cidade.

Beirando a insanidade, Johann tenta, de todas as formas, manter a crença da população de Dilúvio de Serra, enquanto Magno luta para trazer o bom senso àquelas pessoas. Com os dias contados para o centenário, os quase treze mil habitantes que mesmo temendo, aguardam o fim, se encaminham para uma catástrofe quase que desejada.

Que livro! Não tenho outras palavras para descrevê-lo; um final inimaginável e não sei se posso defini-lo assim, mas “hecatômbico” seria uma palavra adequada, mesmo que aparentemente esta variação não exista. Mas e as crendices, elas existem? São reais? A fixação por um número pode abalar uma sociedade inteira ou a fúria da natureza age conforme sua vontade, ignorando o temor dos que em meio ao pavor na terra vivem? Todo o medo que a população diluviana alimentou por cem anos, tem sequer uma gota de fundamento? De um lado, um homem que cresceu rodeado por histórias fatais associadas a um número, de outro, um Padre decidido a livrar a população de um medo infundado. No meio, pessoas que não sabem viver de outra forma se não a qual foram instruídas a viver, pois é o que se espera de uma desencorajadora e sincera cidade que acolhe seus visitantes assim: quando se entra “Pena que viestes; ao sair, Bom que vais”.

Os últimos dias de Dilúvio da Serra traz uma análise profunda da sociedade, entrou para meus favoritos e ao contar seu resumo para amigos, que infelizmente não carregam consigo o hábito da leitura, é impossível não assistir essa história, que em poucas páginas e raros diálogos, fala tanto e mostra muito. Quando penso em Dilúvio, posso visualizar perfeitamente a grande praça, a confeitaria e alguns personagens ali tomando café. Os acontecimentos ocorridos nos dias que antecederam ao centenário da cidade e que foram por Adriano Paciello contados, ficaram marcados em minha memória quase que como um filme, não sendo mais nítido apenas do que a certeza de que as lendas, as crenças, são o que as pessoas fazem delas.

Onde comprar: Chiado Editora I Martins Fontes Paulista


Título: Os Últimos Dias de Dilúvio da Serra
Autor: Adriano Paciello
Ano: 2016
Editora: Chiado
Páginas: 127
Gênero: Ficção / Romance

O autor:



Adriano Paciello

Professor de Lingua Portuguesa ha 21 anos no ramo de cursos preparatórios a concursos públicos

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Meu Erro Predileto


Hora de conhecer um bad boy irresistível. A resenha de hoje é sobre o New Adult  “Meu Erro Predileto” da autora GiselleTavares.

Jullyanna vivia um conto de fadas até que ela descobre que o seu príncipe perdeu o encanto e voltou a ser um sapo, transformando sua vida perfeita em um pesadelo.

Decidida a nunca mais se apaixonar, e certa de que o amor não existe, ela jura a si mesma que manterá distância do sexo masculino.

Tudo está indo perfeitamente bem até que Daniel entra em sua vida. A partir desse momento, ela se vê sem saída e acaba cometendo uma sequência de erros. O que ela não esperava, era que um desses erros, se tornaria o seu erro predileto.


“Quando se comete um erro por amor, não pode ser chamado de erro. O amor nunca será um erro.”


Jullyana encontrou seu primeiro amor nos tempos da escola. Um relacionamento aparentemente perfeito, que completa seis anos.
Pedro mudou muito desde que se conheceram. O nerd tímido se tornou um gato popular. Mesmo com isso e com o desgaste natural da relação, Jully permaneceu ao seu lado. O conto de fadas termina com ele partindo seu coração.

“Sequei as lágrimas e naquele momento jurei a mim mesma que nunca mais choraria por homem nenhum.”

Destruída, Jully luta para esquecer tudo que aconteceu e seguir em frente, mas não é fácil esquecer uma história tão longa. Para completar seu péssimo momento, após expulsar Pedro do apartamento, ela e as amigas não conseguiram arcar com as despesas do lugar e tiveram que encontrar um novo colega de quarto.

“-Isso vai doer!
-Vai doer hoje e por muito tempo.”

Daniel é um bad boy maravilhoso, que foi concebido especialmente para destruir corações.  Ao colocar os olhos nele, Jully já sabia que aquele deus grego representava problemas.

“Não acredito nisso, em uma hora ele era o cara que eu odiava, agora é o cara que está fazendo o gelo do meu coração derreter.”

Com a convivência ela vai descobrindo que Dan é mais que um rostinho (e corpinho) bonito. Fica impossível frear os sentimentos crescentes e apavorantes que ela tem por ele.
Talvez Daniel seja o único capaz de juntar os cacos de seu coração. Porém problemas no paraíso ameaçam destruir o relacionamento dos dois e eles terão que provar que esse amor é forte o suficiente para superar as tempestades que se aproximam.

“(...)Ficar com você, é como tentar colar os pedaços com um martelo.(...) -Um martelo nunca vai colar, ele somente vai destruir mais ainda os pedaços.”


Jullyana é uma menina doce, meiga e leal. Tem uma relação linda com os amigos Thi e Luz e se doa integralmente ao relacionamento com Pedro. Com a decepção que sofreu, ela altera em parte a sua personalidade, passando a ser mais desconfiada. Além de se sentir triste em muitos momentos. A impulsividade e marra também fazem parte do seu jeito, construindo assim uma personagem sensível e divertida.

“(...) – A menina marrenta, doce, a mulher fatal que me conquistou com um sorriso, com um olhar.”


Daniel, meu novo crush literário, é a perfeição em pessoa. Um príncipe lindo e sexy disfarçado de bad boy destinado a tirar o fôlego do público feminino.  Sabe aquela musica “Moreno, alto, bonito e sensual”? Pois então, foi feita especialmente para ele.

“Filho da mãe, ele tinha que dar esse maldito sorriso perfeito e deixar tudo ainda mais difícil e mais constrangedor?”

Somando a todos os atributos físicos, sua personalidade tem um destaque imenso no pacote homem perfeito, ele é fofo, meigo, irônico e um pouco convencido (com razão). Onde encontra um boy desses, please?

 “-Na boa, se você estava tentando me fazer te odiar, já pode parar, porque você já conseguiu.”

Dan se sente atraído por Jully desde o primeiro instante. O que chama a atenção dele no primeiro momento é a aparência física, mas o jeito explosivo dela o intriga e atrai. Ao passar mais tempo com ela a atração vai se transformando em paixão, e é recíproca.

“O teto do meu quarto tinha estrelas que brilhavam no escuro, para toda vez que eu olhasse para cima percebesse que o universo é um mar de oportunidades.”

Tudo anda bem, mas alguns segredos podem atrapalhar o casal e como sempre, tem aqueles personagens irritantes querendo acabar com a felicidade alheia, além das ameaças anônimas que Jully vem sofrendo. Com tantas adversidades, somente um amor verdadeiro poderia sobreviver. Mas será que o deles é forte o bastante?


“(...) Infelizmente sou o resultado de sonhos interrompidos, planos abandonados e um “para sempre” que teve um fim.”


Uma única palavra pode me definir ao terminar de ler este livro: Apaixonada!
Sou fã de new adult e ver uma obra nacional deste gênero e desta qualidade encheu meu coração de alegria.
A primeira vez que vi o livro me apaixonei pela capa. Após folhear a primeira vez vi a playlist e me encantei ainda mais. Dan foi amor à primeira vista e para completar esse ciclo de sentimentos, fiquei maravilhada com a escrita da autora Giselle Tavares.
É uma narrativa atual e gostosa, escrita com todos os elementos necessários para cativar e prender o leitor. Em alguns momentos compartilhamos o sofrimento dos personagens, em outros nos divertimos com as situações, diálogos e personalidades deles. Tudo na medida certa, sem exageros.
Essa dosagem foi fatal pra mim. Devorei o livro em uma noite. Já estava encantada pelo romance, mas foi com o mistério que surgiu ao longo da narrativa que me senti presa a leitura.
Amei tudo, entrou para os meus favoritos e deixo aqui a minha recomendação para todos os que curtem um bad boy. Vocês precisam conhecer o Dan, ele é irresistível! E a história? É tão encantadora que será impossível largar antes do fim.

“Se tiver que escolher entre a verdade e o amor, escolha o amor, pois o amor é a maior verdade que existe.”

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Título: Meu Erro Predileto
Autor: Giselle Tavares
Editora: PenDragon
Ano: 2016
Páginas: 210

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A chance de encontrar o amor no metrô


Trago hoje para vocês uma história linda sobre os caminhos incertos. O que pode haver no fim daquele dia que parece todo atravessado, todo errado, que te tira da rotina e te faz mudar totalmente a rota? 


Não é um bom dia para Tess. Depois de acordar extremamente atrasada para um importante compromisso na faculdade, perceber que seu carro não vai sair do estacionamento naquele dia e constatar que não tem qualquer dinheiro para pagar um taxi, ela já sabe que terá um longo dia. Mesmo atrasada e sabendo que Liv, sua melhor amiga, deve estar pensando em uma forma bem criativa de lhe matar, Tess escolhe a última opção que lhe resta, ir de metrô.

É nesse dia totalmente anormal, indo à faculdade em um horário que normalmente já estaria na aula, que ela conhece Adam, o garoto que senta ao seu lado no vagão. Quando tenta a todo custo ver o nome do livro que ele está lendo, Tess e Adam acabam iniciando uma conversa e em pouco tempo, se conhecem e se entendem de uma forma difícil até para amizades de longo prazo.

 Tess tem um tipo de trauma que carrega desde a infância por conta de lugares escuros, Adam foi diagnosticado há pouco tempo com diabetes. O curto trajeto no metrô se mostra complicado além do normal e faz com que ambos revivam o terror de seus problemas pessoais.

Depois de muitas reviravoltas, na qual Adam vai embora de repente, Tess finalmente chega à estação próxima à faculdade. Antes de descer ela nota que o livro de Adam ficou no metrô. Por algum motivo ela sabe que precisa devolver o livro e com apenas o carimbo da loja onde o exemplar foi comprado, Tess inicia uma aventura em busca do garoto.

Esta história nos faz refletir sobre as coincidências da vida. Destino ou acaso? Às vezes, junto de um dia totalmente atravessado, onde tudo parece estar fora do comum, pode ser que surpresas apareçam.

"Saiba que os dias que parecem ser ruins podem ser os melhores da sua vida".

Mostrando como um único dia pôde alterar a vida de Tess e também a de Adam, este é um conto leve e divertido, que nos faz pensar, ao final da leitura, em como os caminhos errados nos levam para os destinos certos.

 O primeiro pensamento é: quero mais! Rafael podia fazer um livro a partir da história desses dois. Em uma história onde não há nada de triste, consegui terminar a última frase com os olhos cheios de água, emoção de alegria, o que todo romance deveria proporcionar.


Parabéns Rafael. Sua escrita me cativou. 

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Sobre o autor:



Rafael nasceu em Salvador em 1994, formado em gastronomia pela UNIFACS, apaixonado por confeitaria, e atualmente estudante de engenharia civil na UNIUBE, é apaixonado por literatura e ama inventar histórias que poderiam acontecer com qualquer pessoa.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Alice no País do Amor

“Descobri-me duas vezes Alice. Alice ao quadrado. Primeiro porque me batizaram com esse nome; segundo porque entrei, para valer, na Toca do Coelho.” Alice no País do Amor é o romance de estreia da autora curitibana Lucilla Guedes e mais uma obra que o LSR apresenta em parceria com a Chiado Editora.





Instruções: Siga a trilha do coelho branco e “caia de amores” por esta história em que conquista, paixão, personagens pirados de filmes, gurus do amor e anciãos malucos se misturam, trazendo situações engraçadas, revelações e muito, muito romance...
Alice é uma advogada beirando os trinta anos, que mora em Curitiba e sonha com o verdadeiro amor. O problema é que ela é apaixonada – desde menina – por Max (atual namorado de sua melhor amiga, Helen), nutrindo, por ele, uma paixão platônica.
Esse sentimento se reacende na época da faculdade quando o reencontra como professor do curso de Direito. Alice resolve não revelar que fora sua vizinha quando criança e inicia um flerte com Max, mas a história toma outro rumo quando ele conhece Helen e eles começam a namorar.
 Sofrendo com essa paixão não correspondida, Alice conta sempre com o apoio de Alan, seu amigo e confidente, mas vê evaporarem suas últimas esperanças ao saber que Max pediu Helen em casamento. Abalada com a notícia, com a autoestima “no pé” e tentando “dar a volta por cima”, Alice decide ousar, com um vestido pra lá de provocante, justamente na festa de aniversário à fantasia de Helen (em que quase todos estão vestidos como as personagens de Alice no País das Maravilhas) e então desperta — novamente — o interesse de Max, que tenta seduzi-la.
Será que Alice conquistará o homem dos seus sonhos?


Alice é uma mulher sonhadora, porém “pé no chão” demais para pensar em realizá-los. Tanto na vida profissional quanto na vida profissional, a jovem advogada prefere manter-se em segurança e passar a mais despercebida possível.


“O vestido cobria tudo. A única pele visível era a do pescoço.[...] Acessórios? Nenhum. Nem um mísero cinto. A mulher dentro do espelho se vestia de forma a não chamar a atenção. E pelo visto, conseguia.”


Helen, melhor amiga de Alice, é exatamente o oposto: um mulherão de parar o trânsito.


“Uma criatura impiedosamente sedutora. [...]Perto dela,  qualquer mulher seria escalada, no máximo, para um papel terciário, como o da irmã desastrada ou o da velha casamenteira.”


O escritor Alan completa o tripé “Reticências” e é nele que Alice encontra o ombro amigo de que precisa. Cheguei a pensar que fosse gay mas, na verdade, trata-se de um romântico incurável.


“Alan me abraçou, como nos velhos tempos. E como nos velhos tempos, eu chorei em seu ombro, ensopando sua camisa branca com lágrimas grossas e salgadas.”


Max é o responsável por todo o conflito da história. Alice nutre uma paixão platônica pelo advogado desde a infância e tenta incansavelmente esquecê-lo. Porém a notícia de que ele e sua amiga Helen estão noivos joga todos os seus esforços por água a baixo.


"Nada é tão devastador quanto o amor não correspondido. Mas quando o homem amado decide se casar com outra, e esta outra é a sua melhor amiga, a dor parece infinita."


Helen resolve fazer uma festa a fantasia para comemorar seu aniversário. Na festa, ela descobre que não é a única do País das Maravilhas a estar lá. O Chapeleiro Maluco e a Rainha de Copas formam o casal anfitrião e, Alan, fantasiado de Roger Rabbit, acaba confundido com o Coelho Branco da história infantil.

Na carona para casa após a festa, Alice tem a impressão de que Max também sente algo por ela. Alice se vê dividida entre o amor que sempre sentira por Max e a amizade de Helen Mas serão verdadeiros os sentimentos de Max? E o preço a ser pago não é alto demais?


“[...]Quem não ama, de fato vive? Alcançar o amor talvez seja o objetivo do jogo, a razão de estarmos aqui, a única coisa que nos faça transcender a condição de humanos.”


Narrada em primeira pessoa pela própria Alice, com linguagem bastante simples e de fácil compreensão, a maior parte da história se passa na cidade de Curitiba, capital paranaense e tem alguns capítulos ambientados na fazenda dos tios de Alan, na divisa entre os Estados do Paraná e São Paulo.

Os capítulos são bem curtos, o que ajuda bastante o leitor que não curte interromper a leitura sem finalizar o capítulo ~~ eu ~~ e a leitura flui rapidamente.

Me identifiquei muito com a personagem Alice. Tive vontade de pegá-la pelos ombros e chacoalhá-la até cansar numa tentativa de fazê-la acordar para a vida e enxergar o que me parecia tão óbvio. Instantes depois, me vi no lugar de Alice, alimentando expectativas por um amor que talvez só fosse recíproco na minha imaginação e deixando escapar a oportunidade de ser feliz. De uma coisa tenho certeza: se Alice fosse real, queria tê-la como amiga.

Como se uma historia incrível já não fosse o suficiente para torná-lo memorável, o livro ainda tem duas playlists: a de “Músicas do Coração” e a de “Filmes do Coração”. Não precisa saber tudo mas vale a pena fazer uma pesquisa rápida no Google antes de iniciar a leitura para compreender melhor as referências que aparecem ao longo da história.

Lucilla Guedes ganhou uma nova fã, estou apaixonada por sua criatividade ao escrever, fazendo menção a histórias infantis. Devo confessar que já estou na expectativa dos próximos livros da autora, imaginando qual será a próxima narrativa a ser contada dessa forma tão magnífica.

“Alice no País do Amor” levou 5 estrelas e entrou pra minha lista de favoritos no Skoob. 



Sobre a autora:


Lucila Maria Sales Araujo Guedes
Lucilla Guedes é mineira, morou alguns anos em São Paulo e cresceu em Curitiba. Casada com os livros e amante do cinema, sempre se aventurou pelo mundo das artes: fez dança, participou de grupo de teatro, cantou em corais e até ganhou um concurso de karaokê. Seus livros preferidos cabem em uma estante e já assistiu ao filme “Cantando na Chuva” quarenta e nove vezes. Apaixonada por poesia e pelo mistério das palavras, graduou-se em Direito e atua na área jurídica. Nos últimos anos, decidiu dedicar parte de seu tempo à coisa que mais gosta de fazer: escrever. Alice no País do Amor é seu romance de estreia.

Título: Alice no país do amor.
Autora: Lucilla Guedes.
Páginas: 228.
Editora: Chiado Editora.
Ano: 2015.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

O Atirador de Duas Faces


A cena de um crime é montada. Sem saber o motivo, o detetive Sávio Saldanha é colocado no meio de uma chacina e ao mesmo tempo em que precisa desvendar o motivo dos assassinatos, precisa correr contra o tempo para não se tornar a próxima vítima. E este é apenas o início de um romance policial cheio de ação.

Sávio Saldanha se tornou um detetive após sair da Polícia Militar, onde rivalizou com o perigoso sargento Carlos Fontes. Sarcástico, estressado e politicamente incorreto, Saldanha tem uma boa fama por conseguir resolver os problemas comuns em seu serviço e atender aos pedidos de seus clientes. Após uma possível armação para incriminá-lo, ele tentará com a ajuda de seu amigo – o policial Daniel Gomes – a solucionar uma pequena onda de assassinatos na região de São Gonçalo e Niterói.

"Saldanha até cogitou a possibilidade de conseguir resolver esse mistério em uma única oportunidade, mas mal sabia ele que estava completamente enganado...
O palco de seu primeiro engano? Niterói.
O ano? 2002."

Pondo em prática seu trabalho de investigador, Saldanha precisa descobrir quem está cometendo os assassinatos e que tipo de ligação envolve as vítimas. Quando enfim descobre o que liga os assassinatos, ele percebe que o problema é maior do que imaginava, pois um fantasma de seu passado parece ser o estopim de toda essa matança.

Os cenários foram muito bem construídos e é impossível não gostar do protagonista, um homem nada simpático e bastante sarcástico, mas que cativa o leitor com seu jeito rude e sua inseparável Jaqueline, uma espingarda Calibre 12. Ele conquistou muitas inimizades entre os policiais, sendo o Sargento Fontes seu maior rival, mas tem em Daniel Gomes um amigo fiel, permitindo ao leitor ver a realidade em que vivem os mocinhos e os “vilões” dentro da corporação.

Sem a aprovação de Saldanha, uma ex-policial da 72ªDP é designada para lhe ajudar nas investigações e essa dupla improvável acaba aumentando ainda mais a ação para desvendar essa onda de assassinatos.

"Eis que Saldanha ergue Jaqueline, mais alto, e vai para o meio da rua, apontando firmemente para o Ford Corcel que vinha em sua direção [...]. O motorista freia o máximo que pode, pois seu medo maior é que o louco de calibre 12 atire acidentalmente. [...]
- Bom garoto... – Disse Saldanha – Estou requisitando seu carro agora!
- Cadê seu distintivo meu chapa? – Perguntou o motorista gordo.
- Meu distintivo e minha jurisdição são a distância entre a minha munição – Ele engatilha a arma – e o seu cérebro no banco traseiro, entre o dedo e o gatilho. SAI!"

O atirador de duas faces mostra-se um assassino implacável e não mede esforços para atingir seu alvo. Mas quem é ele afinal? O que o move?

Sabe quando você parece estar lendo o roteiro de um filme de ação policial? Foi assim que eu me senti. Ação do início ao fim e um mistério impossível de ser decifrado antes das últimas páginas. É o primeiro livro nacional que leio nesse gênero e a nota com certeza é dez! São poucas páginas, mas não faltou espaço para a adrenalina correr solta. Com uma ótima linha de acontecimentos e sem tempo para distrações, Luiz Guilherme Dias encerra seu primeiro livro com um final digno de um romance policial.

Título: O atirador de duas faces.
Autor: Luiz Guilherme Dias.
Páginas: 82.
Editora: Desfecho Romances.


O autor



Luiz Guilherme Dias do Nascimento é de Itaboraí, cidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, tem 22 anos, é estudante de Ciências Econômicas da Universidade Federal Fluminense e atualmente trabalha como Office Boy na cidade de Niterói. A paixão tardia pela leitura e pela escrita fez com que suas referências fossem os filmes do final dos anos noventa e início dos anos 2000.